Região Nativa: Amazônia
Tipo: árvore
Altura: até 30 metros
Uso: terapêutico, medicinal, cosmético, artesanato e construção civil.
UCUUBA
Árvore que tem seu nome originado da língua indígena que significa ucu (graxa) e yba (árvore), cresce em regiões alagadas pelas marés ou em várzeas, é encontrada em toda a Amazônia na região das ilhas, zona guajarina, Amapá e afluentes do Amazonas.
HISTORIA
Virola surinamensis (Rol. exRottb.) Warb., conhecida popularmente como mucuíra, ucuúba (do baixio ou do igapó) e virola, ocorre amplamente distribuída nos neotrópicos, desde a Costa Rica até o norte do Brasil, predominantemente em florestas alagadas (matas de igapó, matas de várzea, margem de rios e igarapés), associadas aos domínios fitogeográficos Amazônia, Caatinga e, possivelmente, Cerrado; no Brasil, a espécie foi registrada majoritariamente nos estados inseridos dentro do contexto da bacia amazônica, com registros efetuados também nos estados do Maranhão, Piauí e Ceará. É considerada uma árvore de grande valor econômico, tanto para as indústrias madeireiras e farmacêuticas, como para populações ribeirinhas e indígenas, que utilizam os amplos recursos oferecidos por esta árvore.
Mesmo sendo muito abundante ao longo de sua distribuição (especialmente na bacia do Rio Negro), a exploração exagerada em 5 anos resultou em reduções populacionais de até 90%, com algumas extinções locais reportadas. Por isso a espécie foi considerada Vulnerável em relação ao seu risco de extinção.
Vem sendo historicamente utilizada por índios e ribeirinhos no combate à malária. A semente da ucuúba possui um alto rendimento verificado quanto à produção de biodiesel, apesar de ainda carecer de estudos mais aprofundados para se poder estabelecer se, de fato, é viável a produção de biocombustível em larga escala. A importância da exploração desta espécie é tanta que em determinadas regiões chega a representar 50% da renda de ribeirinhos em algumas áreas de sua ocorrência
USO
Sua madeira é leve e fácil de trabalhar, tendo muitos usos domésticos e comerciais. Sendo usada desde confecção de móveis e miolos de portas até palitos de fósforos.
A cinza da madeira é apropriada para o fabrico de sabão.
O uso na medicina popular e indigena é amplo.
A decocção das cascas da árvore é usada como medicamento para úlceras, assepsia e cicatrização de feridas, erisipelas, cólicas e dispepsias e doenças reumáticas. Da casca, também é extraído um tipo de alcalóide alucinógeno, usado em rituais religiosos em tribos indígenas.
A seiva, cozida junto com o camapú (outra espécie de planta típica da Amazônia), é utilizada no tratamento de hemorróidas, aftas e anginas. Diluída em água é usada em banhos de assento contra doenças venéreas.
As folhas são indicadas contra cólicas abdominais, dispepsias, inflamações internas, febre e problemas do fígado. Também são usadas pelos índios como repelente do mosquito da malária.
A semente possui uma amêndoa composta de 65% a 76% de gordura, de grande valor comercial, de onde se extrai a manteiga de ucuuba amplamente usada na indústria de cosméticos, perfumaria e confeitaria. A manteiga de ucuúba é dura e amarelada e é muito indicada para a fabricação de sabão e sabonete devido ao seu alto índice de saponificação. Também possui ação anti-inflamatória, cicatrizante e antisséptica. É empregada como medicamento contra reumatismo e gota.
Uma árvore adulta pode produzir entre 30 a 50 kg de sementes por ano e seu rendimento em óleo pode chegar a até 50% por quilo de semente seca.
O óleo é usado comumente na fabricação de velas e como combustível para iluminação de lamparinas, que na queima exala um aroma agradável.
CURIOSIDADE
A ucuuba tem sido utilizada, com sucesso, em testes de fitorremediação com plantas (processo que utiliza plantas como agentes de purificação de ambientes contaminados ou poluídos pelo depósito de substâncias inorgânicas).
A ucuuba se mostrou tolerante à altas concentrações de cádmio (usado em produtos eletrônicos) no solo.
O cádmio tem se mostrado um problema com seu alto descarte em lixões e aterros e por não sumir sozinho. Por isso a ucuúba se mostrou muito importante para recuperação destas áreas, já que possui alta propriedade de absorção deste metal no solo.
CARACTERÍSTICAS
Divisão: Magnoliophyte
Classe: Magnoliopsida como o Hamamellis
Ordem: Magnoliales como a Magnólia
Familia: Myristicaceae
Genero: Virola
Arvore de até 30m de altura e pouco mais de 1m de diâmetro de tronco, copa pequena, pouco ramificada; quase horizontal, casca castanho-amarelada com partes acinzentadas, e esbranquiçadas, lisa, ligeiramente enrugada e estriada no sentido vertical, um pouco quebradiça; ramos densamente foliosos.
Folhas: arredondada, obtusa ou aguda na base curto-pecioladas; lâmina foliar coriácea, estreitamente oblonga, de margem um tanto paralela, de 10-25cm de compr., 2-5cm de larg.; Nervura mediana plana ou ligeiramente imersa na página superior, saliente na página inferior; 16-30 nervuras secundárias por lado, planas ou ligeiramente impressas na página superior, bem elevadas na inferior, sub-horizontais, arqueadas, soldando-se a pouca distância da margem, vênulas obscuras ou ligeiramente impressas em ambas as superfícies
Flores: Inflorescência masculina largamente paniculada, um tanto densa, livremente ramificada, pedúnculo ligeiramente achatado, pontas dos pendúnculos distalmente engrossadas; flores dispostas em grupos terminais de 5-20, pedicetos delgados; lobos oblongos, obtusos, muitas vezes espansamente petulido-punctato e as vezes com veias distintas; coluna do filamento delgada, 3 anteras, soldadas até o ápice, obtusas; inflorescência feminina 2-8cm de comp. na antese, 3-6 flores por grupo, pedicelos curtos, brácteas como nas inflorescencias masculinas; ovário subgloboso, densamente puberulento, estilete grosso, estigma brilhante, profundamente partido, inflorescências frutíferas essencialmente glabras por inteiro, 6-11 em de comprimento, frutos maduros 3·8 por inflorescência, pedicelados (pedicelos grossos, 3-7mm de comprimento), coriáceos, elipsóides ou subglobosos, 13-21mm de compr., 11-18mm de largura, deiscentes, muitas vezes apiculados no ápice, curtamente estipitados na base, ligeira ou distintamente carenados, pericarpo 1-2mm de espessura, tegumento externo fino, frágil e de cor beje escura, interno enegrecido marcado de uma rede de fibras vermelhas achatadas, albume esbranquiçado, ruminado.
Leia mais em:
http://blog.sabaoeglicerina.com.br/2018/05/manteiga-de-ucuuba/ http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Virola%20surinamensis http://www.plantasonya.com.br/arvores-e-palmeiras/conhecendo-a-ucuuba-virola-surinamensis.html https://pt.wikipedia.org/wiki/Manteiga_de_ucu%C3%BAba https://www.todafruta.com.br/ucuuba/ http://www.scielo.br/pdf/aa/v2n2/1809-4392-aa-2-2-0029.pdf https://www.todafruta.com.br/ucuuba/ https://www.scielo.br/j/aa/a/C7rQ4GQ7hm7DSYdBhmDWvkr/?lang=pt&format=pdf#:~:text=Warb.).&text=%22Ucuuba%22%20%C3%A9%20uma%20denomina%C3%A7%C3%A3o%20tupi,%22%20(%C3%A1rvore%2C%20planta). https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1039757/1/ComTec273.pdf https://portalamazonia.com/sustentabilidade/ameacada-de-extincao-ucuuba-demonstra-tolerancia-ao-metal-pesado-cadmio
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