O cerrado é o segundo maior bioma da América do sul, ficando atrás apenas da Amazônia.
Possui uma área estimada de 2.036.448 km2, cerca de 22% do território nacional. A sua área contínua incide sobre os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além dos encraves no Amapá, Roraima e Amazonas. Apesar de sua aparência seca, em seu território está a nascente do Rio São Francisco, Prata e Jequitinhonha.
É chamado de savana brasileira, caracterizado por árvores baixas, arbustos espaçados e gramíneas. É reconhecido como a savana com maior biodiversidade do mundo! Abriga cerca de 11.627 espécies de plantas, destas pelo menos 4400 são exclusivas desse bioma, não sendo encontradas em nenhum outro lugar do mundo.
Devido a sua grande extensão seu aspecto de vegetação varia de acordo com a localidade, relevo e clima, variando de formas campestres, como os campos limpos, a formações florestais densas, como os cerradões. Por isso existem dentro do cerrado uma variedade de habitats que abrigam uma variedade muito grande de animais. São cerca de 199 mamíferos, incluindo onças pardas, lobos guarás e tamanduás bandeiras. há ainda muitos peixes, aves, anfíbios e repteis. Estima-se que 20% das espécies nativas e endêmicas já não ocorram em áreas protegidas e que pelo menos 137 espécies de animais que ocorrem no Cerrado estão ameaçadas de extinção.
O cerrado foi, depois da mata atlântica, o bioma que mais sofreu interferência dos centros urbanos. Desmatamentos para produção agrícola e criação de animais, assim como para produção de carvão e a ação constante de mineradoras e garimpo diminuem a cada dia a área do cerrado.
Em uma tentativa de frear a degradação do território muitos parques foram criados, como o Parque da Serra do Cipó, do Pico do Itambé e da Chapada dos Veadeiros e são ótimas oportunidades de conhecer esta região tão rica e linda.
A beleza do cerrado está nos detalhes, para um olhar desatento pode parecer apenas um campo meio seco e com pequenos emaranhados de plantas que parecem apenas mato.
Mas… um olhar mais acurado vai revelando a miudeza sutil de um sem fim de detalhes, cores e formas! Na majestosa exuberante de um Ipê amarelo que explode em cor contrastando com o céu de anil do fim do inverno, da delicadeza das mais de 600 espécies de Sempre-vivas que existem no cerrado, na textura cascorenta de um tronco retorcido de uma candeia cheirosa, o gosto peculiar e enebriante dos frutos do pequizeiro.
É preciso ter calma no cerrado, ter tempo. Parar, olhar, respirar, sentir o perfume das macelas amarelas que se espalham em touceiras, ouvir atento o som das águas que percorrem pela superfície em lindas cachoeiras e que às vezes somem em grotas e sumidouros e depois re-brotam em meio a pedras amontoadas salpicadas de cactos. Adentrar nas águas geladas de seus rios que, de tão fria, arrepiam a pele e fazem os pensamentos desenrolar em fios que te conectam a terra ao mesmo tempo que te conectam com algo instintivo e ancestral de terras antigas, talvez mares de outrora.
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