Coffea sp.
Origem: Africa Altura: até 4 metros Tipo: Arbusto Uso: comercial, culinário, cosmético e medicinal
HISTÓRIA
Existem algumas divergências quanto ao local exato de origem do café, mas é certo que ele nasceu em algum lugar da África, provavelmente na região da Etiópia.
Os árabes foram os responsáveis por cultivar e utilizar suas frutas para fazer a bebida tão conhecida nos tempos de hoje! Eles comercializavam grãos de café com seu vizinho Sudão.
Por volta de 1273, o veneziano Marco Polo viajou para o Oriente, percorrendo a Rota da Seda. Ao retornar introduziu o café no ocidente.
Em 1615, os venezianos estavam apresentando a nova bebida à base de cafeína para toda a Europa, competindo com o chocolate espanhol das Américas e o chá provindo da China.
Já em 1616 plantadores holandeses também já cultivavam com sucesso os pés de café e, no decorrer do século XVII, remeteram brotos para o oriente, inclusive para Java, Indonésia, que viria a se tornar um dos maiores exportadores de café do mundo.
Em 1720 um oficial da Marinha francesa chamado Gabriel Mathiel de Clieu embarcou rumo à Martinica carregando um único pé de café, que protegeu de tempestades, de ataques piratas e até de um passageiro que em um momento de fúria atacou a pequena planta. Durante uma calmaria, sob um sol escaldante, ele dividiu sua pequena porção diária de água com a mudinha que chegou viva e foi plantada cercada por arbustos espinhentos para protegê-la. Esta pequena mudinha deu início a indústria do café da Martinica.
Logo as cafeterias se tornaram moda e eram símbolo das sociedades modernas. Thomas Macaulay, prestigiado historiador, descreveu a primeira cafeteria como uma “importante instituição política.”
O Caffê Florian da praça de São Marcos, que ficou famoso por ser frequentado por Casanova, foi inaugurado em 1720 e era o único café a aceitar a presença das mulheres.
As cafeterias logo se tornaram pontos de encontro de artistas e pessoas influentes. Grandes decisões e negócios foram feitos enquanto se bebia uma xícara de café. A Bolsa de Valores de Londres surgiu no café de Jonathan Miles, também em Lombard Street e a Declaração da Independência foi anunciada pela primeira vez em público no Café Merchant´s de Filadélfia.
Entre 1706 e 1718, o café chegou às Américas pelas mãos dos holandeses, que traziam sacos dos grãos da Indonésia. 10 anos depois ele chegava ao Brasil pelas mãos do sargento-mor Francisco de Melo Palheta, que obteve mudas e sementes não se sabe ao certo de que forma, já que os franceses e holandeses mantinham o monopólio e proibiram o comércio de mudas e sementes plantáveis. As primeiras plantações se estabeleceram em Belém do Pará, mas logo se espalharam para os estados do Maranhão, Ceará, Vale do São Francisco, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Mas neste tempo o cultivo da planta não era fácil, os preços oscilavam muito e as mudas eram exigentes quanto aos cuidados. Acabou ficando conhecida como cultura nômade, ou “polvo com mil braços”, como disse Monteiro Lobato no livro “A onda Verde”. As plantações de café estavam sempre precisando de novos solos após exaurir os nutrientes da terra de uma região.
No final do século XVIII se iniciou, então, uma nova fase. O café havia chegado à região do Vale do Paraíba no estado de São Paulo e teve início uma nova saga do café no Brasil.
Em pouco tempo o estado se tornaria um dos maiores produtores e exportadores de café. O governo colocou apoio aos agricultores e os valores de mercado melhoraram. Novas espécies foram desenvolvidas e as técnicas de plantio, colheita e manufaturação se modernizaram.
Em 1920 o Brasil se tornou o maior exportador de café do mundo, esta posição se manteve por muitos anos e ligou de forma definitiva o nome do Brasil à produção de café.
USO
Existem muitas variedades de cafés com usos diversos, com maior ou menor produtividade, rusticidade e adaptabilidade à determinada região. Os mais utilizados para consumo como bebida são os conhecidos como Arábica (Coffea arabica) e Robusta (Coffea canephora).
As sementes de café são ricas em cafeína, ácido cafêico, e polifenóis. Possui propriedades antilipêmica e adelgaçante auxiliando na prevenção de celulites e gorduras localizadas, sendo muito utilizado em cremes e géis preventivos de estrias, celulites e para massagem linfática.
Aumenta a circulação sanguínea evitando quadros de insuficiência cardíaca.
Alguns estudos demonstram que o ácido clorogênico, presente nos grãos de café, reduz a absorção intestinal dos açúcares (glucose), regulando os níveis de açúcar no sangue. Reduz os acúmulos de gordura no fígado.
É usado como estimulante há muito tempo. A cafeína atua no sistema nervoso central, trazendo ânimo e disposição. Melhora a atenção e pode afastar o sono, por isso deve-se evitar o uso no final do dia. Para aqueles que são especialmente sensíveis ou apresentam condições que requerem atenção, existem opções de cafés descafeinados saborosos.
Externamente é usada para realçar o brilho dos cabelos escuros, promovendo, também, maciez e sedosidade aos fios.
CURIOSIDADE
Muitas das espécies de café utilizadas para a bebida só nascem em altitudes acima de 1000 metros.
O café mais caro do mundo é o Kopi Luwak, conhecido como Café Civeta. Produzido na região da Indonésia, passa por um processo bastante peculiar: os grãos são ingeridos por um mamífero típico da Indonésia chamado Civeta (daí o nome do café). Durante a digestão os animais liberam enzimas e ácidos que agem sobre o grão que passa por um processo de fermentação ainda no estômago do animal. Os grãos são, posteriormente, catados nas fezes dos bichos.
Dizem que este processo dá ao café notas de frutas vermelhas e retira toda a acidez. O quilo deste café pode ser comprado por aproximadamente US$2.880,00!!!
REZA A LENDA
Quem descobriu a bebida do café foi Kaldi, um pastor de cabras da Etiópia, que estava procurando algumas cabras desgarradas e as encontrou devorando umas frutinhas vermelhas em um arbusto e percebeu que elas estavam mais animadas e felizes. Kaldi resolveu experimentar as frutinhas e se sentiu mais disposto e muito animado! Ele colheu algumas frutinhas e as levou até alguns monges que viviam por ali e estes, então, resolveram experimentar fazer um “chá” com as frutinhas começando, assim, a preparar os primeiros cafés. Mas nem sempre o café foi cercado apenas de glórias! Algumas historietas nos contam um pouco dessa trajetória: O café foi proibido em Meca em 1511, pois se acreditava que estimulava o pensamento radical e a convivência - o governador achou que isso poderia unir sua oposição. Java também teve uma má reputação por seu uso como estimulante - algumas seitas sufis distribuíam uma tigela de café nos funerais para ficar acordado durante as orações. Quando o café chegou à Europa no século 16, os clérigos pressionaram para que fosse banido e rotulado como satânico. Mas o papa Clemente VIII provou, declarou que era delicioso e até brincou que deveria ser batizado. Com a força dessa bênção papal, cafés surgiram rapidamente em toda a Europa.
Depois que Murad IV reivindicou o trono otomano em 1623, ele rapidamente proibiu o café e estabeleceu um sistema de penalidades. A punição para a primeira ofensa seria uma surra. Quem fosse pego tomando café pela segunda vez era costurado em uma bolsa de couro e jogado nas águas do Bósforo.
A Suécia deu o machado ao café em 1746. O governo também proibiu a “parafernália de café” - com os policiais confiscando copos e pratos. O rei Gustav III até ordenou que assassinos condenados bebessem café enquanto os médicos monitoravam quanto tempo as xícaras de café demoravam para matá-los, o que era ótimo para presidiários e entediante para os médicos.
Em 1777, Frederico, o Grande, da Prússia, publicou um manifesto reivindicando a superioridade da cerveja sobre o café. Ele argumentou que o café interferia no consumo de cerveja do país, aparentemente esperando que uma declaração real deixasse os prussianos ansiosos por uma bebida reveladora todas as manhãs. A declaração de Frederick proclamava: “Sua Majestade foi criada com cerveja”, justificando por que ele achava que beber cerveja no desjejum era uma boa ideia.
CARACTERÍSTICAS
Reino: Plantae Classificação superior: Coffeeae Família: Rubiaceae Classe: Magnoliopsida Ordem: Gentianales como a vinca
Caule reto de casca cinzenta e rugosa. Copa cônica com ramos laterais pendentes. Folhas onduladas nos bordos e de coloração verde-acinzentada quando jovens, verde-brilhante posteriormente. Flores brancas aglomeradas ao longo dos ramos, aromáticas e atrativas para as abelhas. Frutos ovóides verdes, passando a vermelho e tornando-se preto de acordo com a fase de maturação. Casca lisa brilhante. Sementes de coloração acinzentada, branco amarelada ou amarelo-esverdeada, envoltas em polpa branca adocicada.
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REFERÊNCIAS
LAWS, Bill – 50 Plantas que Mudaram o Rumo da História – Rio de Janeiro - Ed Sextante 2013
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